O machismo mata Suelen Aires Gonçalves
Socióloga e professora universitáriastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
A violência e os crimes contra a vida das meninas e mulheres é uma constante na realidade brasileira e precisamos denominá-la. Ela é fruto das relações de poder construídas historicamente, em que homens acreditam que sua humanidade é maior do que as mulheres. Em síntese, isso é o Machismo.
Quero falar dos feminicídios cometidos no período natalino, em como tais crimes estão diretamente relacionado a uma cultura de ódio contra as mulheres.
Na época de celebração da vida, de inúmeras reflexões sobre os feitos do ano corrente e os desejos do que virá, tivemos casos brutais de feminicídio em nosso país. Tais assassinos são homens que não sabem lidar com frustrações, com términos de relacionamentos, e em última instância, exercem a violência com demonstração de poder sobre outra vida. Em nosso país, temos leis importantes para o enfrentamento da violência contra as mulheres. Em 2006, com a Lei Maria da Penha. Em 2015, com a tipificação do feminicídio, definido como um homicídio em contexto de violência doméstica/ familiar ou em decorrência do menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Uma grande parcela dos casos é praticado por alguém do convívio da vítima, nas suas casas ou em espaços de sua circulação. Precisamos identificar esses sinais, a fim de evitar esse crime brutal.
NÚMEROS
Em pesquisas recentes, como o Atlas da Violência 2020, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), verificou-se dados importantes entre 2013 e 2018, como o índice de casos cometidos no ambiente doméstico. Em um contexto de pandemia, onde o isolamento social é uma orientação importante para o controle do Covid-19, é neste lugar que as mulheres estão mais inseguras.
No mesmo intervalo de tempo, houve um aumento de 25% nos assassinatos de mulheres por arma de fogo dentro das residências.
Neste contexto de diversas crises, desde a sanitária até a política, nós mulheres estamos mais vulneráveis. Estamos desassistidas de políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres em nosso país, nosso estado e nossos municípios. Estamos diante de governos não comprometidos com a vida da maioria da população, que é composta por meninas e mulheres.
Precisamos romper com o silêncio e exigir medidas de proteção de mulheres. Precisamos de políticas públicas que contemplem necessidades locais, que sejam eficazes na preservação da vida e da dignidade das mulheres e que sejam permanentes, independentemente dos governos. Pela vida das mulheres, seguiremos!
Um brinde Silvana Maldaner
Editora de revistastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">Tenho refletido como nos acostumamos com situações penosas. A Cracolândia em São Paulo, por exemplo, virou paisagem do cotidiano. Pessoas não se importam com o que se vende, consome e destrói. Ali não chega polícia com gás lacrimogêneo e, tampouco, as ruas são fechadas.
O número de mendigos e viciados aumenta desastrosamente aglomerando e proliferando uma multidão de zumbis. Não perderam somente a dignidade, a sobriedade, mas a possibilidade de pensar e ter uma vida. Assemelham-se aos animais que vivem por instinto e rastejam por mais doses de sedativos, tranquilizantes, estimulantes ou qualquer coisa que os tire da realidade.
Assim como em São Paulo, quase todos os grandes centros estão aglomerando viciados em todos os tipos de drogas. Alguns, tinham uma profissão, carreira, família, casa. Nem todos eram mendigos. Conheço alguns bons profissionais que se perderam. Já perdi amigos queridos para os vícios.
PERDAS
Começa com os excessos do álcool aos finais de semana, nos momentos felizes, para festejar, depois para esquecer, relaxar, tranquilizar, amortizar e quando vê, a vida gira em torno de manter-se alcoolizado.
O álcool é a droga mais lícita que tem matado gente. Mata na violência doméstica, nos acidentes de trânsito, nas brigas com vizinhos. Mata a autoestima, o respeito, a dignidade e a família.
Será uma nova epidemia?
O problema é que não brindamos a vida com chá ou leite. Se não aceitarmos uma taça para o brinde ostentação é uma ofensa.
O mais impressionante é o consumo entre adolescentes. Crescem esperando o grande momento de começar a beber. Tipo uma iniciação. Ansiosos para viver o primeiro porre.
Já vi festa de adolescente com cerveja sem álcool. E pior, patrocinada pelos pais. Pelo amor de Deus? Qual o sentido disto? Estimular o consumo?
Algumas boates ou restaurantes têm salas vip para os maiores consumidores. Atendimento diferenciado. Será o novo poder de sedução ? O poder do consumo em álcool e, depois, as drogas?
Acredito no poder de celebrar a vida com ou sem o brinde. Vinho, cerveja, espumante, drinks são muito bons, mas na dose certa. Se beber não dirija, não brigue e não tome decisões.
Um brinde ao equilíbrio.